quarta-feira, 27 de novembro de 2013

O PARADIGMA DA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A questão sobre a educação inclusiva, além de despertar a atenção à diversidade, tem sido alvo de grandes debates no sentido de minimizar o antagonismo entre igualdade e diferença, aproximando os diferentes segmentos sociais, mais especificamente, as instituições educacionais, numa amplitude que se estende da Educação Infantil as universidades.
A justificativa da falta de orientação e/ou formação adequada, para assumir a Educação Infantil, das crianças com necessidades educacionais especiais, deve ser redimensionada não se configurando mais como desculpa, ou mesmo, fator impeditivo, para o ingresso destas, nas instituições responsáveis pela educação da primeira infância, dando respaldo para que não se instaure um processo de discriminação, desfavorecedor da inclusão a partir da mais tenra idade.
Embora a legislação determine a inclusão para todos, com direito à educação de qualidade, o que se constata na prática, diverge muito desta paradigmaticidade que emerge na sociedade contemporânea, tão carente de atitudes altruísticas, contradizendo as prerrogativas decorrentes das políticas públicas que se estabelecem de modo intrínseco, com a Declaração Mundial de Educação para Todos, firmada em Jomtien, na Tailândia em 1990, com a Declaração de Salamanca de 1994, com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394, promulgada em dezembro de 1996, com os Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares de 1999, com as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica de 2001, bem com o documento Estratégias e Orientações Pedagógicas para a Educação de Crianças com Necessidades Educacionais Especiais: Educação Infantil de 2002.
Considerando estas nuances este trabalho sintetiza o esforço para sistematizar e socializar o resultado de uma pesquisa cujo objetivo foi investigar as representações de cinco coordenadoras de CMEIs, referentes à inclusão de crianças com necessidades educacionaisespeciais, da região de Irati, interior do Estado do Paraná, as quais foram selecionadas aleatoriamente de conformidade com a disponibilidade para participar da investigação.
Dessa forma no decurso da pesquisa teve-se por finalidade avaliar o compromisso educacional dos profissionais sujeitos da pesquisa com a dinâmica inclusiva, sendo duas coordenadoras do município iratiense e três de municípios do entorno. Assim, os dados foram levantados utilizando-se como instrumentos de coleta de dados, visitas aos centros, observações, entrevistas e diálogo intencional, no sentido de constatar o enfoque das construções da representação social da criança com necessidades especiais e da educação inclusiva, no universo das instituições destinadas à Educação Infantil.
As representações sociais que os educadores tem da educação inclusiva, bem como de crianças com necessidades especiais entre 0 e 6 anos de idade, interfere no tipo de apropriação que fazem ao serem confrontados com os conhecimentos sistematizados e científicos durante seu processo de formação escolar inicial e em serviço. Assim, estas representações influenciam também a formação de sua identidade profissional e, em conseqüência, suas ações e condutas educativas no âmbito das instituições de Educação Infantil.
O paradigma da inclusão instiga a convivência com a diversidade e à reflexão sobre o papel da escola, razão pela qual os CMEIs precisam buscar formas adequadas para favorecera autenticidade de um trabalho pedagógico expressivo considerando o contexto multicultural de suas crianças. para que haja maior avanço no processo educativo da criança com necessidade educacional especial, acredita-se que um fator de suma importância seja a contribuição dos pais. Eles podem contribuir de modo significativo nesta proposta, em defesa do direito da criança inserida e integrada, de aprender, de participar, lutando para que sejam criadas condições de plena inclusão, de fato e de direito.
A parceria da família com o CMEI, abre espaço para que os pais tenham oportunidade de multiplicar o muito que sabem sobre seus filhos com necessidades educacionais especiais, explicitando não só os fatos que se sucedem, mas principalmente, as relações que estabelecem mediante um contexto que ainda precisa ser melhor desmistificado pelos educadores que se justificam por não ter domínio de tal situação. Diante desta situação estes profissionais devem reconhecer a carência de saberes e buscá-los com urgência, onde acreditam poder encontrá-los, pois a pesquisa é o procedimento essencial para instrumentalizar o educador, além de tratar-se de um compromisso profissional.

A educação da criança com necessidades educacionais especiais, no decorrer de todas as épocas e, em especial na contemporaneidade, tem sido alvo de acirradas discussões pelas políticas educacionais e pelos estudiosos desta importante temática, no sentido de propor alternativas educacionais mais ajustadas e condizentes à natureza e ao interesse desta população infantil. As ações dos educadores, por sua vez nem sempre estão voltadas explicitamente à transformação da modalidade de interações, priorizando condições pedagógicas que garantam o desabrochar de seus talentos e, a emancipação de seu potencial, buscando desta forma, considerar suas características pessoais em atenção à diversidade.

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